No ano de 2019 a Marvel deixou uma grande pergunta “Algum dia teremos outro filme ao mesmo nível de Vingadores: Ultimato?” e hoje, em 2021, com certeza, podemos dizer que sim. Lançado oficialmente neste dia, (16/12), Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa marca o 27° filme da Marvel e o 3° filme solo estrelado por Tom Holland. Sendo uma escolha de enredo um tanto interessante, embarcamos em um filme que traz a direção de Jon Watts a partir de uma história escrita por Erik Sommers e Chris Mckenna. Além de Holland designando o papel de protagonista, ainda temos o retorno de Zendaya e Jacob Batalon com uma participação especial do nosso bruxo preferido sendo interpretado por Benedict Cumberbatch.
O 27° filme da Marvel dá início a um importante capítulo na vida de Peter Parker. Com os acontecimentos das produções anteriores e a sua identidade sendo revelada, o herói terá de lidar, nesse mais novo filme, com as questões que a vida fora do anonimato trazem. Após tudo estar indo de mal a pior, o cabeça de teia procura o Doutor Estranho para ajudá-lo a colocar sua vida nos eixos. No entanto, os dois heróis acabam piorando a situação e abrindo uma brecha no Multiverso, o que, consequentemente, traz visitantes inesperados ao seu mundo. Dessa forma, em seu novo longa, Peter terá que lidar com toda a questão de ter tido a sua identidade de Aranha revelada e ajeitar a bagunça que arrumou.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é um grande lembrete das consequências que os heróis tem ao sair do anonimato. Desde o início do MCU, sempre tivemos aquela visão colorida da vida de ser um herói por dentro dos Vingadores, a qual, todos os idolatravam e queriam ser como eles. Nesse sentido, o terceiro filme traz essa visão e mostra que ser um herói público não é, exatamente, um jardim de flores. Ter a sua identidade revelada trouxe muitos mais impactos negativos para a vida de Peter do que ele poderia prever. Desse modo, o que mais pesa para o herói é ver como a vida das pessoas que ele ama simplesmente é devastada pelo peso que a sua convivência traz.
Ao longo do filme, podemos ver uma grande questão levantada “O que é ser um herói?”. Em Homem-Aranha 3, esse conceito vai muito mais além de salvar vidas, o qual, é muito bem trabalhado dentro do filme, levando Peter ao extremo diante de grandes sacrifícios e perdas. Nas duas entradas anteriores do Tom Holland, vemos que, por mais que o Peter enfrentasse grandes dificuldades, nada o colocou suficientemente à prova para se autoquestionar dos seus princípios de ser um herói. Os acontecimentos de Sem Volta Para Casa não dá um desconto ao nosso querido amigo da vizinhança, o deixando à mostra de tudo o que ele acredita, trazendo a verdadeira essência do que é ser o Homem-Aranha, fazendo jus a famosa frase pertencente a franquia “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”.
Nos primeiros filmes solos estreando Holland, vemos que, mesmo que haja questões pessoais alí, não foram feitas da mesma forma como Homem-Aranha 3. A nova parcela trouxe um lado sentimental e emocional que, por mais que consigamos nos conter, sentimos a dor pelo outro lado da tela ao analisarmos as principais questões em jogo. Sendo assim, podemos descrever os dois primeiros filmes como um caminho para nos mostrar onde Peter acertou e olhar as suas melhores qualidades. Entretanto, já em Sem Volta Para Casa, observamos o pontapé definitivo para o desenvolvimento e ancoragem de quem realmente é o Peter Parker sob a pior circunstância possível.
O desenvolvimento do filme começa pelo grande encaixe ao dá espaço suficiente de tela para os outros personagens que reconhecemos e deram vida a diversas outras histórias anteriormente. Embora, ao mesmo tempo, deixando Peter Parker à mostra para triunfar o seu protagonismo e explorar diversos detalhes, os quais, podíamos esperar, tanto quanto àqueles que não fazíamos ideia. Em prol a remixagem perfeita que foi o equilíbrio estabelecido durante os minutos, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa foi uma ótima ocasião para explorar lugares nunca avistados antes e os dá a oportunidade de tomarem o seu próprio espaço conforme a trama se desenrola.
O mais novo roteiro funciona como uma incrível coreografia: tudo acontece no seu tempo e em seu momento exato. Mesmo que tenhamos uma ótima quantidade de eventos acontecendo durante os minutos, sem um espaço entre eles, a trama acaba fluindo de forma natural e espetacular, logo, se assimilando muito a experiência que foi Vingadores: Ultimato. Além disso, podemos encarar a produção e tudo o que foi levantado anteriormente como uma “conclusão”, pelo menos temporária, a qual não há espaço para criar, apenas o tempo certo para concluir. E como sempre, não podemos deixar de fora o bom e velho humor que só a Marvel tem para ser o quebra galho de toda a tensão das cenas. Dessa maneira, há uma formação de um filme um tanto interessante, envolvente e divertido, o qual, você não percebe o tempo passar e acaba chegando no final com aquela sensação de não querer sair mais da sala do cinema.
Com uma história envolvente e brilhante de ser ver, só nos resta dizer que Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é tudo aquilo que esperávamos, e um pouco mais, a nível de produção e enredo. Com cenas muito bem desenvolvidas em quesito de ação, um roteiro muito bem escrito, momentos surpreendentes, além de um toque da Marvel de humor, temos a fórmula mágica do que é ser um filme que nos deixa sem palavras no fim das contas, de um modo bom, é claro. Ressoando cenas duras de serem vistas, Homem-Aranha traz a melancolia e emoção em um conjunto que, de algum jeito, fazem sentido juntos. Dessa forma, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é um grande filme que pode ser visto como uma carta aberta a próximas produções da Marvel, seja para explorar ainda a sua história restante ou para deixar um legado e tanto ao mundo, e assim, finalizar o que fora começado a partir de uma reflexão de um novo recomeço. E com isso, a grande questão que fica é “Algum dia teremos outro filme a nível de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa?”.
Crítica conjunta com: Eduarda Santos
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Nota:
- Ambientação
- Trilha Sonora:
- Enredo
- Entusiasmo
[…] personagem foi visto pela última vez em seu terceiro filme, no qual, o Doutor Estranho precisou lançar um feitiço para todos esquecerem da sua existência, […]