Dickinson a série, é um drama e comédia histórica sobre a vida de Emily Dickinson. Criada por Alena Smith e sendo produzida para a Apple TV+, a trama busca apresentar mais sobre a poetisa e a sua história. Tentando recriar a vida da escritora em ascensão, a série transmite o quanto Emily irá precisar usar sua imaginação para ultrapassar limites que sua família e sociedade impõe sobre ela.
Mesmo sendo conhecida, a vida de Emily Dickinson é um grande mistério. Com uma quantidade considerável boa de poemas publicados, sendo possíveis de podermos lê-los após sua irmã postá-los depois de sua morte, a única ponte que há de sua própria história está em seus diversos poemas e cartas que ela trocava com as pessoas próximas ao seu redor, principalmente com a sua cunhada e amante, Sue Dickinson.
A série foi construída em cima desses poemas que viraram uma grande história de 3 temporadas, 2 que já estão sendo transmitidas pela Apple TV+ e a 3ª e última que está por vir ainda neste ano. A ideia principal da série seria compartilhar e mostrar um pouco mais da vida de uma pessoa que pouco se sabe sobre. Além de mostrar o imenso talento da poetisa, interpretada pela Hailee Steinfeld, a série demonstra aspectos da época, tal como o machismo presente e diversos outros temas. O longa não é apenas um conto histórico, ele tenta ao máximo miximizar sua história da década de 30 com pontos atuais do século XXI, tornando a série cômica e fugindo do ar duro de se assistir.
A série ainda possui diversos outros aspectos, como o uso da comédia para temas não apropriados, além do uso do personagem Morte, interpretado pelo Wiz Khalifa. A fixação da Emily com a morte é recorrente durante a série, onde, em vários momentos vemos a interação entre eles em situações surreais e específicas – sempre quando a Dickinson enfrenta as maiores questões de sua vida. Possuindo o mesmo cenário permanente, o visual e as roupas se tornam destaque principal, na qual, a precisão histórica e a modernidade compartilham o mesmo espaço, enquanto o ar de comédia prevalece.
De uma forma leve, engraçada e que prende do início ao fim, embarcamos com a história de Emily, uma jovem poetisa que não recebe nenhum apoio de seu pai Edward, que acha que a mesma não possui nenhum conhecimento ou que não é capaz de publicar seus próprios contos e poemas, e de sua mãe, que sempre está tentando a casar, além de arrumar formas de torná-la dona de casa. Além deles, podemos contar com seu irmão Austin, marido de sua melhor amiga e amante, Sue. Entretanto, Emily ainda tem uma irmã, Lavínia, que aos olhos de seus pais, é uma filha perfeita e adequada.
Mesmo desafiando as “regras” da época, Emily sempre se destacou e procurou maneiras de ingressar a sua imaginação em qualquer lugar que fosse. Fazendo a série se sobressair e quebrar todo o misticismo de época, Dickinson trouxe uma realidade alternativa, transformando a Emily em uma adolescente comum, cheia de descobertas, erros e principalmente aprendizados. No entanto, a modernidade aplicada na série traz consigo diversas abordagens estereotipadas mais vistas em produções do cinema, na qual, a produção brinca e interage indiretamente com quem assiste, seja lembrar da interação em diversos outros filmes, ou até mesmo situações vivenciadas.
Após a publicação das cartas após sua morte, as que foram encontradas atestam que Emily e Sue compartilharam um romance que, até mesmo, após o irmão de Emily e marido de Sue, Austin, falecer, as duas seguiram compartilhando a mesma cama e profundamente o mesmo amor.
Acima de tudo, mesmo que a Emily seja uma adolescente comum cheia de imaginação e talento, vemos durante as temporadas todo a paixão pela sua melhor amiga, Sue. A descoberta da sexualidade e do amor é um dos principais pontos que a série encontra para informar que, mesmo também, adolescentes de épocas possuem os mesmos desafios, suas primeiras paixões e, principalmente, as descobertas sobre si mesmo.
Explorando a vida e suas sexualidades juntas, a intensidade do amor entre elas foi um ponto principal, o que faz Dickinson ser a melhor história sobre sinceridade, ao mesmo tempo que, mantém a importância e transforma a imagem da poetisa em alguém mais próximo da realidade de uma maneira verdadeira e cômica.