Presente na cinematografia desde 1896, após o cineasta francês Georges Méliès lançar o filme “O Solar do Diabo,” o gênero terror se tornou um dos mais populares entre os espectadores, arrastando milhões de pessoas para as grandes telas a cada ano. No entanto, raramente as produções de horror recebem o devido reconhecimento da cerimônia que se orgulha de premiar os “melhores filmes” lançados, ou seja, o Oscar.
Pensando nisso, explicaremos por que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e a elite de Hollywood raramente indicam filmes de terror ao Oscar.
Apesar da impressão equivocada de muitos, o regulamento do Oscar não menciona especificamente os filmes de terror. Desde sua criação em 1929, apenas 18 filmes de terror foram indicados em alguma categoria da premiação, sendo apenas seis deles na categoria de Melhor Filme, considerada a mais importante da cerimônia.
Nesse contexto, buscamos analisar e compreender a baixa popularidade das obras de terror nas categorias do Oscar. Acreditamos que isso se deve à escassa representação de cineastas, atores, atrizes, roteiristas e artistas associados ao gênero de terror, além da impopularidade desse tipo de filme.
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, fundada em 11 de maio de 1927, é responsável por gerenciar as transmissões da premiação e selecionar os filmes que competirão no Oscar, bem como os vencedores das categorias. Há três maneiras de fazer parte do corpo de votantes: ser um jornalista especializado em cinema, receber indicações de pelo menos dois membros da Academia na mesma área de atuação ou ser indicado ao Oscar.
Analisando esse cenário, fica evidente que a renovação do quadro de votantes ocorre em grande parte por meio da seleção de filmes, mas com os longas do mesmo gênero sendo frequentemente indicados, isso acabou gerando uma lacuna para determinados gêneros na equipe de votantes. Com isso, os filmes de terror acabaram por ficar sem representantes no corpo de votantes, que possam reconhecer, dar o devido mérito e indicar os merecidos filmes para a categoria que ele corresponde.
Ao longo da história, o Oscar teve oportunidades de reconhecer várias produções de terror que impactaram outros gêneros e estabeleceram padrões duradouros na indústria cinematográfica. Além disso, o horror está em constante evolução, aprimorando suas abordagens de maneira mais sofisticada e técnica. Isso abriu portas para o surgimento de novos subgêneros que atraem tanto o público antigo quanto novas audiências.
Mas o comitê de votação do Oscar acaba se voltando sempre para as mesmas produções de gêneros que estão presentes em todos os anos e priorizando aquela história que tem seu foco em fascinar os espectadores, que é o oposto do terror, que vem com e intenção de chocar, causar medo e aterrorizar o público.
Por enquanto, os amantes do horror aguardam mudanças na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas que possam dar o devido espaço aos filmes de terror no Oscar. Como alternativa, podem acompanhar outras premiações focadas no gênero ou que estejam abertas a diversas ideias.
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