No último dia 03, conhecemos a mais nova entrada de um herói que teve a sua história recontada inúmeras vezes para a cinematografia, a qual, insiste em marcar no cinema aqueles detalhes clássicos que estabelecem uma sensação de conhecimento sobre o herói. Logo, trazendo uma premissa que, ao longo dos minutos, capta o público com o seu monólogo inicial, vemos mais um enredo interessante nascendo, o qual, com certeza, poderá agradar com as suas minuciosas formas de coexistirem em todos os sentidos.
The Batman é o começo de uma nova cronologia para o Bruce Wayne, assim, mesmo que se trate de um filme inicial, a trama não é definida como uma história de origem. À vista do esperado, levando em conta a emblemática do herói, o longa foge dos padrões das atuais obras do gênero, os quais, mantém pouca história e é repleta de muitas ações. Mesmo que tenhamos diversas cenas de lutas ao longo dos minutos, The Batman segue um ritmo lento na questão de enredo, no entanto, consegue fazer uma excelente construção progressiva, a qual, condiciona o público a ficar imerso por horas.
Mantendo um roteiro bem escrito e executado, The Batman não foca em contar a história do Wayne e, tampouco, mostra a construção de como se tornou quem é hoje. Assim, vemos um enredo focado em consequências, o qual, explora mais de um universo que nunca fora visto antes, de uma forma nunca trabalhada. Indo a fundo no desenvolvimento, vemos claramente a atmosfera sendo fiel a vibe transmitida pelo herói, consequentemente, os cenários do filme compactuam com a imagem sombria e caótica que Wayne transmite, sendo aquele personagem agressivo e fechado, ao mesmo tempo, que exala uma boa pessoa com fraquezas e medos.
Com um cenário que traz toda uma diferença ao enredo, repleto de imagens tenebrosas que sempre nos foram apresentadas em Gotham, embarcamos em longos passeios cheios de particularidades a fim de mostrar mais da ambientação local. Cumprindo com essa fidelidade, também podemos dizer, felizmente, que o longa busca inserir aquele lado detetive por qual o Batman se tornou famoso que, infelizmente, foi perdido ao longo das adaptações cinematográficas.
Desse modo, o ótimo trabalho de roteiro, produção e a fidelidade geral são tonificados pelo incrível ar de filmagens, onde, exploram os diferentes ângulos, dando um outro visual para as cenas como um todo. Nesse sentido, junto a isso, temos as esplêndidas atuações de todo o elenco em que cada ator faz um trabalho mais que excepcional, criando as personalidades de uma forma singular a todos que foram apresentados ao universo do Batman.
Resgatando a essência original do personagem, temos uma salva de palmas a Matt Reeves por desenvolver uma trama complexa e que busca a identidade do herói, ao mesmo tempo que insere a sua própria versão instruída como um espetáculo único e meticulosamente pensado. Assim, como Robert Pattinson por mostrar a brutalidade, afirmando que foi mais do que digno para vestir o manto com as inúmeras cenas bem coreografadas e nítidas de acentuação. Enquanto investigamos o outro lado da moeda, Paul Dano reconstrói e compartilha a atmosfera pertubadora do papel que foi lhe dado, fazendo com que o próprio nome do vilão, Charada, seja mais do que um símbolo imóvel, estabelecendo um contexto frio repleto de alienações em busca de desmascarar todos os crimes internalizados que rodeiam a cidade de Gotham.
Afirmando os seus pontos positivos, não deixamos de lado os clássicos erros que deixaram a desejar. Pecando em não abraçar de forma completa àqueles que caíram de paraquedas e não conhecem o Batman, a trama necessita que o espectador tenha o mínimo de clareza a respeito da história do herói. Diante disso, entitulado como um filme reinicializado, a obra explica os motivos e consequências que englobam o personagem, mas não o apresenta, deixando um espaço vago para perguntas e mais perguntas daqueles que não o conhecem.
À vista disso, o filme é um grande lembrete de que a forma antiga de fazer obras de heróis ainda funciona muito bem, no entanto, apenas basta ser bem executada. Logo, é claro que The Batman possa ser definido como uma história para muitos, onde agrada uma parcela, enquanto, a outras não tanto. Embora, não muda o fato de que a trama conseguiu executar com excelência todos os quesitos esperados, dando uma incrível, fiel e digna entrada para aquele Batman que todos conhecem ou se abrem a conhecê-lo.
Crítica conjunta com: Eduarda Santos.
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Confira também:
Nota:
- História
- Fidelidade
- Trilha sonora