Nessa véspera de Natal, a Netflix lançou o seu novo filme denominado Não Olhe Para Cima. E assim, trazendo um grande e caro elenco de atores para essa trama recheada de piadas e opiniões políticas. Estrelado por Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence, o filme irá satirizar o fim do mundo, e claro, fazendo uma forte crítica em seu roteiro como uma consequência. Com aproximadamente 2 horas e meia, a trama faz uma aposta arriscada, misturando o gênero de drama com comédia, a qual, o roteiro também recebe as grandes participações como Ariana Grande e Jonah Hill, além de alguns outros.
O roteiro se inicia quando a personagem de Jennifer Lawrence, Dr. Kate Dibiasky, encontra um novo cometa ainda não identificado. Desse modo, rapidamente, o Dr. Randall Mindy, interpretado por Leonardo DiCaprio, faz os seus cálculos e chega à uma conclusão inicial que esse corpo irá colidir com a terra. Após todos os estudos, a dupla de cientistas, junto ao secretário de defesa planetária, interpretado por Rob Morgan, percebem que se trata de um matador de planetas, logo, procuram por ajuda das autoridades. No entanto, como todo o clichê que envolve filmes de ficção científica, ninguém parece levar o trio a sério, fazendo com que ridicularizem a descoberta, e nesse ponto, vemos um pontapé para a história que está por vir.
Em prol ao desenvolvimento, vemos uma trama recheada de fortes críticas a nossa sociedade atual, desde os primeiros acontecimentos, até a sua última cena. Nesse sentido, podemos começar citando a forma como os cientistas, muitas das vezes, são taxados como “loucos”, levando a ninguém acreditar na seriedade dos fatos descobertos. Dessa forma, por mais que os mesmos estudem a vida toda para exercer as suas carreiras na área da ciência, parece que, até mesmo um apresentador, tem mais relevância em suas declarações para o público do que eles. Com isso, vemos a entrada da segunda crítica: a forma como a sociedade se importa mais com a vida alheia do que com o conhecimento de algo relevante para as suas próprias.
Diante disso, ao longo dos minutos, a obra não deixa de criticar diversos pontos, os quais, podem ser vistos aplicados na nossa situação atual. Caracterizado pela forma em que todas as grandes questões são transformadas apenas em confrontos políticos, onde, a maioria somente enxerga o seu único lado como correto. Embora, é claro que, a grande crítica, que é o ponto alto do filme, se dá pelas enormes empresas que estão sempre tentando lucrar em cima de qualquer coisa. Logo, vemos a realidade de uma situação miserável, a qual, não importa quem seja prejudicado nesse processo, o ato de ganhar e lucrar é o mais importante no fim das contas.
Chegando a interpretar a realidade nessa nova ficção, o roteiro do filme é montado, basicamente, em cima de criticar a sociedade, a qual, saímos de um julgamento e, acabamos entrando em outro. Desse modo, contamos com seus eventos em um modelo cômico, próprio para quebrar o galho dos fatos duros de serem vistos. Entretanto, essa não foi uma boa forma para um roteiro desse nível ser abordado, resultando em alguns problemas clássicos de desenvolvimento.
Não Olhe Para Cima apresenta a junção de dois gêneros, o de drama e o da comédia que, usados ao mesmo tempo, podem se anular entre si. Nesse sentido, o filme traz toda uma carga para os personagens de que o mundo está acabando, os levando a desenvolverem reações normais, aquelas, as quais, você descobre que tudo, uma hora, vai acabar. Por outro lado, a maneira como os demais personagens reagem a notícia, ressoa numa satirização para o discorrer da trama, e é essa a grande falha do enredo.
Partindo desde o primeiro minuto da trama, analisamos e percebemos que, é como se o filme ficasse preso entre os dois gêneros, resultando em um limbo, o qual, não há um aprofundamento de uma única categoria. Embora essa seja a ideia do filme, não souberam distribuir os fatos, mesmo tendo uma grande oportunidade. Nesse sentido, não sentimos aquele drama em que ficamos aflitos pelo sofrimento dos personagens em ver o mundo acabar, da mesma que, também, não temos aquela comédia em que rimos do filme do início ao fim. No entanto, claro que o filme tem algumas boas piadas, mas, no fim, não há uma sensação que se caracteriza em vê-las mais uma vez.
Assim, definimos Não Olhe Para Cima como um filme bom e necessário, fazendo as suas críticas a assuntos importantes do momento, embora, mantendo a sua diversão. No entanto, o filme perde a sua identidade dentro de um gênero, a qual, leva a uma obra superficial no fim das contas. Dessa forma, a carga dramática que deveria ser, pelo menos, um pouco sentida, foi desperdiçada pelo roteiro ardente que apenas resultou em um limbo, entre ser um filme consideravelmente bom, ou a uma trama que tinha uma grande oportunidade de ter uma carta na manga.
Sendo assim, você pode encontrar a trama Não Olhe Para Cima disponível na plataforma da Netflix.
Sabia que o Folheando Entretenimento tem um canal no Telegram? Nos encontre clicando no link a seguir: (t.me/folheandoentretenimento).
Confira também:
Nota:
- Ambientação
- Enredo
- Comédia e Diversão
- Trilha sonora