No último dia 29, a plataforma da Netflix estreou em seu catálogo um dos seus mais novos filmes na categoria drama e comédia, chamado Lua de Mel com a Minha Mãe. A produção espanhola estrelada por Carmem Machi e Quim Buitérrez ficou sob a direção de Paco Caballero a partir de um roteiro escrito por Adolfo Valor e Cristóbal Garrido. Com isso, sendo parte de uma grande produção em níveis de entretenimento e desenvolvimento comovente, a trama pode se caracterizar como uma história bastante chamativa devido ao seu título, o que leva aos espectadores, em primeira mão, a estranhar tal escolha. Embora, fugindo dessa perspectiva, mesmo estando entre o melodrama e a diversão, essa nova entrada da Netflix é digna de estar entre as suas categorias definidas ou apenas é uma produção perdida em meio ao catálogo?
A trama se inicia com o personagem de Buitérres, José Luiz, sendo deixado no altar após a sua noiva fugir com outro em um carro vermelho. Diante a todo sofrimento, o protagonista ainda irá precisar lidar com a perda financeira da lua de mel que já estava programada, a qual, como descrita no pacote, não pode ser reembolsada. Vendo um motivo de aproveitar todo o gasto e ajudar o seu filho a sair do fundo do poço, a mãe de José encontra nisso uma ótima oportunidade de fugir um pouco da mesmice, e após um longo processo para convencer o seu filho, embarcam juntos para a tal viagem. Entretanto, o que era para ser apenas uma rota divertida, se tornou um imenso drama entre mãe e filho que, mesmo sendo repleto de problemas, conseguimos nos aprofundar na relação e, claro no tal motivo.
Mesmo apostando tudo em sua categoria de comédia dramática, o longa durante todo o seu desenvolvimento acaba por ficar no limbo entre ambos os gêneros, tornando-se apenas uma obra classificada como um desastre diante a uma história mãe e filho. É claro que o enredo não pende apenas para o melodrama, assim, também conseguindo transparecer diversos momentos descontraídos e divertidos como uma forma de quebra galho ao longo dos minutos o que, por fim, se torna nada mais, nada menos do que uma história mais leve, no entanto, sem alcançar um nível de bobagem que o público se destina a assistir.
Ademais, durante as suas 1h 50min, o enredo tenta se aproveitar da situação inusitada para criar um clima diferenciado com uma base cômica, mas na verdade, a situação só gera um peso ainda maior para a má situação já estabelecida entre os personagens. Desse modo, toda a tensão encaminha o filme para o que ele realmente tem a oferecer: uma grande novela cercada pelas adversidades encontradas entre mãe e filho, levando os espectadores a conferir a situação de perto e entender a sua complexidade.
Em prol ao desenvolvimento do filme, quando olhamos para o lado mais sério da história, Lua de Mel com a Minha Mãe consegue se compactuar e se encaixar melhor nesse gênero do que qualquer um outro, assim, entregando as verdadeiras dificuldades a partir de problemas mal resolvidos no passado dos personagens. Além disso, a obra opta por um bom desenvolvimento ao longo de seu tempo de tela com um bom ponto espontâneo, onde, temos o drama, embora, todo o ambiente não se liga ao seu favor mas sim em um cenário descontraído, fazendo com que a história se encontre um pouco nos moldes de um enredo de comédia, levando o público a sentir uma leve sensação de conforto ao assistir e, claro, sem sentir as horas passarem.
Já falando de outros pontos da história, vemos uma leve tentativa de incluir um romance no decorrer da obra, todavia, o tal desenvolvimento faz com que isso só sirva para alavancar a situação criada pelos personagens e os fazerem perceber o ponto que não enxergavam. Nesse sentido, podemos afirmar que o filme e suas circunstâncias fazem com que os minutos se tornem tênues e tranquilos, se afastando da parte da categoria que temos toda aquela preocupação desoladora ao longo do roteiro.
Enquanto, falando da ambientação e pontos externos, Lua de Mel com a Minha Mãe ganha mais algumas pontuações devido a sua ambientação paradisíaca que acaba por fortalecer o clima leve, o qual, o filme insiste em transmitir. Logo, ainda em níveis técnicos, podemos citar o bom trabalho das câmeras que, nos momentos certos, intensificam as saídas dramáticas, além de entregar um toque ainda mais divertido para os momentos.
Com isso, podemos definir a nova comédia melodramática da Netflix apenas fazendo parte de uma categoria: o drama. As tentativas de comédia, infelizmente, não chegam a funcionar como deveriam, assim, apenas servindo para entregar uma leveza e diversão ambiental para a história mas sem classificá-la como tal, logo, compartilhando uma bom enredo que conta com uma ótima e descontraída fotografia e trilha sonora aos quatro cantos.
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