A adaptação que quase chegou a genialidade.
Saber que todas as adaptações de livros a filmes ou séries fogem da linha original, todo mundo sabe, mas e se contarmos a você que Desaparecido Para Sempre quase chegou perto de sua originalidade? O mestre do gênero thriller, Harlan Coben, ultrapassou todos os limites em diversas formas nessa obra de investigação e mistério. Possuindo um contrato fixo com a Netflix para adaptar seus livros em minisséries, a rede de filmes e séries tentou ao máximo entregar uma obra ao menos aceitável para o público e, principalmente, aos fãs de Coben.
Originalmente lançada pelo best seller Harlan Coben, Desaparecido Para Sempre tornou-se mais uma obra adaptada ao universo cinematográfico pelo serviço de streaming da Netflix. Desaparecido Para Sempre conta a história de Guillaume e a sua vida um pouco bagunçada demais, sendo avisado pela mãe em seu leito de morte que seu irmão mais velho, Fred, desaparecido há quase 11 anos e acusado por matar a sua vizinha, estava vivo. Guillaume buscando entender essa nova descoberta em sua vida, embarca em uma trilha de mistérios com seu melhor amigo Daco quando sua namorada Judith some de repente e é acusada de estar envolvida no assassinato de dois homens.
Desaparecido Para Sempre, a minissérie, é bastante rica em detalhes, e para quem leu o livro sentirá detalhes a mais ou a falta deles. No entanto, a adaptação pode ser considerada quase fiel a sua obra comparado as outras produções baseadas em livros. Com surpresas separadas em 5 episódios com cerca de 50 minutos cada, eles trazem consigo um ponto diferente na visão de cada personagem, mostrando um pouco da vida de cada um separado até o momento que os caminhos se cruzam no presente. Embora, mesmo que a Netflix tenha o seu jeito próprio de readaptar a história, conseguimos observar a forma como colocaram a interação com os telespectadores cara-a-cara, mostrando os detalhes próximos, porém não tão perto da sua premissa inicial.
Mesmo com a aproximação e a fidelidade do livro com a série, há pontos destacáveis que saem do rumo original, por exemplo, a história do irmão de Guillaume (Finnegan Oldfield), o Fred não possui a mesma entrada e nem o mesmo final que vemos na história do livro, o que acaba gerando um falta de encaixe no enredo. Entretanto, mesmo que a fidelidade tenha se tornando quase imutável, o suspense causado na série não se assemelha em nada com a história. Todos sabemos que Coben é famoso por trazer arrepios de cima abaixo e mil teorias onde, mesmo que cheguemos perto, o enredo pensado está bem longe de ser o verdadeiro, enquanto, a série não consegue passar essa sensação profunda, que, sinceramente, deveria ser o encaixe perfeito para a experiência ser válida.
Se tornando um thriller previsível, a cinematografia seguiu outro rumo ao deixar visível a forma como a ótica de produção foi gravada, criando uma atmosfera diferente para o público. Os cinco planos gravados tiveram suas singularidades, o retalhamento de cenas foi algo inteligente, porém, a sua deixa e expressão foi confusa. Assim como a falta de suspense na medida certa, os episódios não criaram uma conexão com quem assiste, há sim o mistério no primeiro episódio, onde você pensa que, dessa vez, a obra te levará até o fim, entretanto, esse mistério é perdido durante os longos minutos.
A minissérie Desaparecido Para Sempre tinha tudo para ser a melhor adaptação dos livros para a cinematografia, mas o erro com a principal ferramenta da trama, o mistério, foi a premissa mais longe de ter se alcançar. Apesar da crítica, nem tudo está perdido, a história de vida dos personagens fazem a produção ainda ser válida e ser um bom drama para assistir no tempo livre.
Confira também:
Nota
- Ambientação
- Enredo