Já fazia cerca de três anos desde que tivemos uma nova parcela de episódios da série Stranger Things, contudo, as coisas mudaram com a chega da parte 1 da 4ª temporada recém-lançada na sexta-feira passada, 27/05. Com isso, a nova temporada trouxe à tona um problema que muitos acreditavam já ter sido resolvido no final da 3ª temporada: a deixa do mundo invertido para sempre. Com os tempos de cada episódio bem acima do padrão estabelecido anteriormente em Stranger Things, dessa vez, a trama levou o público a embarcar em uma recém-adquirida aventura contra um novo vilão que definiria toda a história original. Embora, com todos os acontecimentos e surpresas prometidas, será que a 4ª temporada está fazendo jus a tudo o que a série construiu?
Em sua quarta fase, a trama apresenta o grupo dividido após seguirem as suas próprias vidas acreditando que o mundo invertido havia chegado ao fim. Logo, somos apresentados aos problemas típicos que adolescentes enfrentam como a escola, trabalho e relacionamentos, entretanto, quando falamos do outro lado da moeda de caracteres, as tribulações para o tão amado Hopper são bem mais complicadas. O que parecia ser o início da normalidade para todos, é claramente interrompida por uma nova morte misteriosa na cidade. Portanto, a gangue, em diferentes parte do mundo, é rapidamente arrastada de volta para a bagunça do mundo invertido e, agora, diante a um novo antagonista para criar o caos que toda a temporada precisa ter.
Quando falamos da cronologia envolvendo a parcela atual de eventos, a quarta temporada de Stranger Things apresenta a mesma fórmula das demais, embora, se aproveitando de uma ótima base, o que faz com que a repetição do padrão acabe por dar certo. Indo muito além do conseguir se sobressair, a série firma uma recém-história interessante sem precisar contar com absurdos para torná-la aceitável ao público. Contando com a adição de personagens atuais e um novo vilão na área, o roteiro por si só os introduz de forma natural e fluída para o roteiro transmitido.
Muitos prezam por episódios longos por parecer contar a trama com calma, além dos inúmeros detalhes para fazê-la se tornar atrativa e, podemos dizer que, com essa nova duração de episódios, a 4ª parcela conseguiu construir o enredo de forma mais correta possível. Detalhando todas as circunstâncias, a parcela atual deixa um sentimento de estar contribuindo para que os eventos aconteçam naturalmente, sem a sensação de estar correndo contra o pouco tempo designado. Apesar de possuir um grande tempo de tela, a quarta temporada de Stranger Things compartilha o pressentimento de estar na quantidade adequada, sem definir aleatoriedades apenas para completar a duração. Sendo o sinônimo de nada mais, nada menos do que o perfeito equilíbrio de uma coletânea de momentos.
Em prol ao desenvolvimento de suas cenas, Stranger Things aproveita do tempo extra para montar um novo roteiro muito bem estruturado que não só entrega um bom desenrolamento para a história, como também traz respostas a grandes perguntas levantadas ao longo da série. Ademais, os novos episódios, inclusive, dão uma intensificada no terror proposto da trama, com cenas bem tensas e sombrias, carregando o público a sentir aquela sensação compartilhada e encontrada apenas nos gêneros atribuídos ao terror.
Não se limitando apenas ao horror, ainda encontramos um destaque a características usuais da série que sempre estiveram presentes e que não se perderam nessa nova parcela. Posto isso, temos boas cenas emblemáticas de investigação que só Stranger Things tem de sua maneira única, as quais, os personagens se encontram cada vez mais longe na história e dando ao público a possibilidade de montar as suas próprias teorias. Assim, como também, não deixou a desejar nos momentos de confrontos, conduzindo essa recente parcela a construir uma harmonia sublime entre o terror, a investigação e, claro, a ação.
Mesmo apresentando momentos memoráveis e emocionantes, a inédita trama não satisfaz quando o assunto se trata de desenvolver as questões pessoais de cada personagem. Ao longo dos capítulos temos interrogações pairando no ar que não são exploradas a fundo, entretanto, mesmo que seja um defeito aparente e ensurdecedor, não se torna negativamente impactante para a história. Logo, contribuindo para que uma falta seja criada a necessidade do roteiro explorar aquele ponto, sabemos que ainda há as ocasiões que definem a fração 2 que, apesar de não parecer que irão consertar o contratempo, existe a possibilidade e esperança de retornarem e mexerem onde não agrada.
Afinal, Stranger Things não se limita a apenas ao seu altruísta ofício no âmbito que envolve o roteiro, como também, em outros terrenos que a 4ª parcela navegou. Expondo diferentes estilos de enquadramento da câmera, a inovação oferece uma nova cara e um impacto ainda maior para os cenários significativos que, com o excelente serviço nas cenas e no CGI, claramente, resultou em instantes que ficarão marcados para todo o público partilhado da série.
Enquanto, na secção técnica, é necessário destacar o admirável trabalho de toda equipe da produção, que retrataram com precisão todo o clima da época em que a série se passa. Com isso, realçamos por último mas não menos importante, os papéis do elenco que, de maneira natural, conseguiu, mais uma vez, disseminar toda a emoção e o peso de cada cena apresentada nessa parte 1.
Mesmo que ainda não esteja completa, a primeira partícula da quarta temporada de Stranger Things já entra no combate pelo posto de melhor temporada, sendo também, uma das séries com maior duração de horas do catálogo da Netflix. Assim, usando o seu excelente afazer para relembrar o porquê da série ser tão querida pelos fãs, entrando facilmente no topo das melhores obras de 2022 do público.
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