Nota do editor: alerta de spoilers.
Após a primeira temporada da série do Chucky se mostrando um aliado e tanto a comunidade LGBTQIA+, o criador, Don Mancini, resolveu comentar sobre o final da temporada e disse ao Syfy que a história de horror é sobre ser diferente, e é por isso que, esse enredo e a comunidade queer se dão tão bem, segundo o próprio criador.
Chucky se esforçou para demonstrar a Jake que ele era um aliado e que o garoto podia confiar nele após matar o seu pai homofóbico no final do primeiro episódio. Assim sendo, o boneco acaba se transformando numa espécie de mentor para o jovem de apenas 14 anos.
Só que, Chucky realmente é um aliado da comunidade, faz parte ou apenas queria conquistar Jake para o ajudar a matar? Em entrevista com Mancini, a Syfy perguntou qual era a verdadeira intenção do boneco, e o criador respondeu que, em suma, sim, Chucky é um aliado queer. No entanto, o próprio afirma que na primeira temporada, o assassino estava explorando mais da sua sexualidade.
Mancini citou dois episódios específicos como exemplo para poder mostrar esse evento que, acredito que quase ninguém percebeu. O primeiro seria no episódio 5, quando vemos Tiffany com a Nica possuída pelo Chucky. Assim, os dois sequestram e amarram um homem a cadeira para poder matá-lo, no entanto, também participaram de algumas outras atividades. Já, o segundo episódio, séria no final temporada, onde, Nica-Chucky se perguntam o que (ou quem) estavam fazendo.
Assim, essas cenas, explica Mancini, enfatizam como Chucky explora sua própria fluidez sexual na primeira temporada, mesmo que não esteja disposto a expressá-la.
“Acho que Chucky é como um cara que sempre foi heterossexual, sempre identificado como heterossexual, mas se você conseguir deixá-lo bêbado, ele baixa a guarda. Mas… na manhã seguinte ele pode se sentir um pouco estranho com isso.”
– explica Mancini com uma risada.
Desse modo, Chucky defenderá e aceitará Jake, assim como a fluidez de gênero do Glen/Glenda, embora, Chucky provavelmente também faz parte da comunidade LGBTQIA+. No entanto, não quer dizer que só porque Chucky é um aliado queer e, eventualmente parte da comunidade, que ele não vai executar o seu papel de assassino.
Assim, mesmo que o boneco tenha todos os seus motivos, ele ainda é alérgico a sentimentos por ser quem ele é (assassino), até mesmo quando se trata da sua própria exploração sexual. Então, isso não vai impedi-lo de ser um assassino psicopata que geralmente é tranquilo com a sexualidade de outras pessoas, incluindo Jake e Devon.
Segundo Mancini, mostrar essa ideia de relacionamento foi bem difícil, mas que foi a sua parte favorita em trazer Chucky de volta as telas.
“A jornada de Jake, o personagem de Jake, passando de garoto intimidado, abusado e solitário que poderia seguir um caminho sombrio e quase o faz, mas é enganado por amigos recém-descobertos e primeiro amor. Eu sabia que se pudéssemos fazer isso, e fazer isso na medida em que você pudesse trazer lágrimas aos olhos das pessoas, isso seria surpreendente no contexto de uma coisa de Chucky”.
O criador ainda acrescenta falando que adicionar terror com um enredo queer foi uma jogada natural. “Adoro tentar mantê-lo fresco. Mas também a resposta que ouvi de jovens fãs gays de terror, e foi para quem fizemos isso. Foi dar aos jovens fãs de terror queer representação na liderança de um show.”, diz Mancini por fim.
Portanto, você pode assistir a série do Chucky disponível pela plataforma da Star+. Além de que a segunda temporada já foi renovada e chegará ainda esse ano, 2022.
Sabia que o Folheando Entretenimento tem um canal no Telegram? Nos encontre clicando no link a seguir: (http://t.me/folheandoentretenimento).
