Um terror para assistir nunca é demais, ainda mais quando se trata de uma produção nacional repleta de características marcantes em que todos poderão reconhecer os seus meros detalhes. Entitulado de A Herança, a nova produção sob direção de João Cândido Zacharias traz à tona todos os elementos necessários para um gênero tão absorto como o terror, qualificações tais como o drama, suspense e claro, o mistério. O que seria um bom filme assustador sem o tal do mistério? Já de cara, embarcamos com um roteiro considerado clássico para a imensa categoria de produções, embora, ainda consegue manter dez passos a frente quando algumas peças-chaves se fazem presentes a partir do clássico terror psicológico.
Assustador. É o adjetivo mais propenso a ganhar vida nesse filme já que uma promessa foi feita de entrar em confusões e delírios enquanto uma casa abandonada e antiga no interior se torna o principal elemento central para tudo. Transformando as estradas do estado do Rio de Janeiro em cenários aterrorizantes para a trama, a cidadezinha escolhida foi Barra do Piraí, município situado no sul do estado fluminense, bastante conhecida por faz parte da região Vale do Ciclo do Café. Aproveitando-se da liberdade em levar as propriedades a um outro nível de aparência, teremos a história embarcando ao retorno de um rapaz brasileiro a suas raízes há muitos anos não vista.
A partir da descoberta do falecimento de sua mãe, Thomas que vivia até então em Berlim com o seu namorado Beni, terá de voltar ao Brasil para enterrá-la, além de descobrir que herdou da avó que nunca conheceu, uma casa de fazenda no interior do país. Entretanto, ao passar dos dias, após tentar se conectar mais com o seu passado misterioso, o rapaz finalmente irá entender o porquê de crescer fugindo de cidade em cidade e de ter sido cercado de estranhos cuidados da mãe.
Com o filme A Herança ainda em estágio de pós-produção após as gravações terem sido encerradas no início do mês de maio, o diretor e criador João Cândido Zacharias aproveitou um pouco de seu tempo para conversar mais da produção e todas as suas características e objetivos conosco.
Folheando Entretenimento: Sendo você diretor e roteirista de outras produções anteriores a “A Herança”, além de ganhador de um prêmio, o que você espera entregar ao público com a ideia do seu futuro filme?
João Cândido: Quando se trata de um filme de terror, a finalidade principal certamente é assustar, dar medo, criar suspense, questionar os sentidos, essas coisas que os melhores filmes do gênero conseguem fazer.
Folheando Entretenimento: Qual o contexto que gira em torno de “A Herança”?
João Cândido: Trata-se de um filme de terror que se passa quase todos na região de uma casa no interior do país. É a casa que o personagem principal, Thomas, herda da avó que ele nunca conheceu. É essa herança que o atrai de volta ao Brasil, depois de anos morando fora e totalmente desconectado de suas raízes. Assim, o título tem mais de um significado dentro do filme, seja a casa que ele herdou, sejam as heranças físicas e espirituais que a família deixou para ele, incluindo traumas, é claro. E é isso que ele vai descobrir nesse retorno à casa, ao lado do namorado, o Beni.
Folheando Entretenimento: Sabemos que o gênero terror é bastante amplo, logo, gostaríamos de entender em qual das subcategorias o seu filme se encaixa? E por que a escolha dele?
Eu diria que o filme é um terror psicológico, em vários sentidos. E também lida com algumas convenções do terror, é claro, como por exemplo o ponto de partida se dar a partir de um deslocamento: é a história de um personagem que sai do seu local de conforto e viaja até um lugar desconhecido, onde as coisas começam a acontecer. Essa é uma premissa clássica do terror, que abarca filmes tão diferentes quanto O iluminado, A hora do demônio, Corra! e vários outros. Eu gosto muito do cinema de terror, então foi muito bom trabalhar em cima de algumas das suas convenções – e às vezes até tentar subvertê-las.
Folheando Entretenimento: Como surgiu a ideia para “A Herança”? Você se baseou em alguma cinematografia ou literatura?
O projeto surgiu a partir de um convite da Tatiana Leite, produtora do filme e minha amiga de longa data, que me chamou para desenvolver um filme de terror junto com ela. Eu tinha a ideia da premissa inicial e ela logo topou. Não é baseado em nenhuma obra pré-existente, mas tem muitos elementos da cartilha do cinema de terror clássico.
Folheando Entretenimento: Com qual aspecto do filme você espera conquistar o público-alvo?
Espero que o terror esteja no nível assustador que o público desse tipo de filme gosta – e acho que vai estar! Mas também espero conquistar o público por conta de um elenco incrível que está muito em sintonia, e de uma excelência técnica que conseguimos com a equipe impecável que está envolvida no filme.
Folheando Entretenimento: Como foi o processo de transformar a cidade de Barra do Piraí em um lar para o seu terror?
A nossa principal locação na região foi uma fazenda, logo na saída de Barra do Piraí, que passou por um processo profundo de transformação nas mãos da diretora de arte, Elsa Romero, e de toda a sua equipe. Ela usou elementos que já existiam na casa, mas criou um lugar completamente novo, incluindo paredes com desgaste do tempo, lustres antigos, móveis, quadros... Foi realmente um processo de mutação, que resultou numa casa recheada de pequenos detalhes maravilhosos e uma personalidade única. Ela também criou um outro elemento muito especial, mas que não posso falar agora para não dar spoiler!
Folheando Entretenimento: Existiu algo desafiador durante o processo de produção da trama?
Fazer um filme por si só já é algo muito desafiador. Temos que conjugar uma equipe enorme, trabalhando em sintonia, encontrar o elenco, ensaiar com eles até acharmos as personagens… Fora isso, sempre tem as surpresas que uma filmagem tem, seja um gerador que quebra na hora de filmar, um ator que fica doente, essas coisas. Mas ao mesmo tempo tínhamos uma equipe tão profissional e focada, que mesmo os problemas foram superados com calma e sem maiores preocupações.
Folheando Entretenimento: Quais são os seus influenciadores cinematográficos?
Eu tenho dois grandes mestres para a vida, que são John Carpenter e José Mojica Marins. As obras deles me guiam sempre. Além deles, aprecio muito William Friekin e Jonathane Demme. Para esse filme, eu me voltei muito para o cinema italiano de terror, mestres como Lucio Fulci, Mario Bava, Dino Risi, Dario Argento, Pupi Avati…
Folheando Entretenimento: Como é, para você, ter essa aproximação do terror estando na produção em vez de estar assistindo?
É divertidíssimo! Não existe nada mais divertido do que escrever e dirigir um filme de terror. O nível alegórico que o terror nos permite chegar me dá muita satisfação. Refletir sobre a nossa própria existência e sobre questões psicológicas a partir de monstros, fantasmas e morte é um deleite.
Folheando Entretenimento: Se você fosse um espectador e possuísse o roteiro de A Herança em mãos, o que você acharia da história proposta?
Como autor do roteiro, sou um pouco suspeito para falar. Mas eu e o Fernando Toste, co-roteirista do filme, sempre tivemos como norte escrever um filme que nós gostássemos de ver. E nas discussões que tínhamos, volta e meia chegávamos a uma cena e dizíamos “Nessa o público tem que pular!” ou coisas assim. Então eu espero que o filme, quando estiver pronto, esteja à altura do João Cândido espectador, que pode ser bastante exigente.
No momento, A Herança ainda não possui data de estreia.
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